Atividades do dia a dia, como escovar os dentes, podem ser um grande desafio para pessoas com transtornos mentais. Isso porque alguns distúrbios possuem questões sensoriais próprias e o simples ato de manter a boca aberta ou o toque da escova de dentes nos dentes dificultam o cuidado com a saúde bucal.

Essas dificuldades levam a diversos problemas, entre os mais comuns a cárie e a doença periodontal (problemas na gengiva). Porém, o mais preocupante é a falta de acesso a tratamento dentário humanizado aos pacientes com transtornos mentais. Muitos enfrentam profissionais que se recusam a realizar o atendimento ou não apresentam formação especializada.

O atendimento por profissionais preparados é uma maneira de garantir a saúde física e até mesmo psicológica de pacientes especiais. Isso porque o atendimento feito da maneira errada pode se tornar um grande trauma. É preciso respeitar a individualidade de cada paciente, explicando, antes da consulta, o que será feito e porquê.

Cuidado que faz a diferença

O cuidado com a saúde bucal ajuda a melhorar a autoconfiança e o bem-estar, especialmente para pacientes com ansiedade e depressão. O resgate da autoestima é fundamental  para esses pacientes e o dentista pode ajudar a enfrentar barreiras físicas, como a eliminação da halitose e o sonho de ter um sorriso perfeito, por exemplo.

Embora o cuidado com pacientes com transtornos mentais seja maior, às vezes, não é possível oferecer um atendimento adequado sem sedação endovenosa (realizada por médico anestesista). Pacientes com transtorno do espectro autista, por exemplo, sentem bastante dificuldade em manter a boca aberta e isto pode ser perigoso para eles. Por isso, é necessário que o dentista seja sensível ao garantir conforto do início ao fim do tratamento deste paciente que necessita de sedação.